terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

FALANDO DE JATÃO

Jatão entregando panfleto de sua Cavalgada a Ex. Secretária de Cultura do RN na casa de Cultura em Umarizal
Hoje vou falar um pouco
Da vida de um cidadão
Que você só conhece
Pela voz da locução
E vive no Nordeste
Esse cabra da peste
Que ama seu torrão 

Não sei como vou fazer
Pra falar algo de mim
Mais vou puxar pela caixola
Lembrar tim-tim por tim-tim
Pois só falo a verdade
Não gosto de falsidade
 Pode acreditar padim 

Ao Divino Espirito Santo
Eu invoquo com devoção
Para que eu possa falar
O que vier ao coração
Com meu padim ciço
Fecho agora compromisso
Pedindo a ele inspiração 

Sou neto de agricultor
E de comprador de algodão
Que viveram nessas terras
Desde o tempo de Gavião
Eu fui nascido e criado
Nesse sertão esturricado
Por isso adoro esse chão

João Florêncio era meu avô
Cassimiro Xavier também
Muito conhecidos nesse lugar
Por quem vai e quem vem
Um era agricultor
Outro de couro comprador
Para ganhar o vintém  

Dona Lica Fernandes
Era minha avó materna
E Lucinda Filgueira
Minha avó paterna
Todos já nos deixaram
Saudades aqui ficaram
Restando lembrança eterna   

Meu pai é João Bosco
Que concertava televisão
Rádio de pilha e radiola
Essa era sua profissão
Com Francinete casado
Tendo três filhos gerado 
Dessa singela união

Sou casado com Josineide
Filha de seu Sebastião
Sebastião de Aristóteles
Marchante da antiga Gavião
Com dona Maria casado 
  E vendia carne no mercado 
Aos feirantes da região 

Tenho dois filhos lindos
Por nós bem criados
João Victor e Helena Lúcia
Os dois muito amados
Amar, obedescer e respeitar
Ter fé, humildade e orar 
Sempre foram ensinados

Sou católico praticante
Do terço dos homens e ECC
Rezo a Nossa Senhora
Que por mim venha interceder
Ao Sagrado Coração de Jesus 
Pedindo força e lúz 
Para que eu possa me fortalecer

Da cultura sou amante
E gosto do meu Nordeste
Das nossas tradições
Sou um cabra da peste
Forró, cantoria e vaquejada
Corrida de agorinha e cavalgada 
Eu gosto e ninguém conteste

E é mais ou menos isso
Que lhes tenho a falar
 Deste poeta nordestino
Que gosta de versejar
O meu nome é Jatão
Nascido nesse sertão
E aqui gosto de morar
Faço daqui morada
Na seca ou na invernada
E daqui ninguém vai me tirar

                      Texto: Jatão Vaqueiro 

Um comentário:

  1. Parabéns Companheiro pela veia poética. Segue fazendo versos, pois a vida é assim de verso e poesia, de alegria e tristeza de alento e agonia, de tempo ruim e bonança de desengano e esperança e depois da escuridão vem sempre um novo Dia.

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