quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Juazeiro CE - Guarabira PB via Caicó no RN.


Este é o misto, da "Viação Acata", que levava o povo pelo sertão adentro, de Juazeiro do Norte (Ceará) a Guarabira (Paraíba), passando por Caicó (Rio Grande do norte).
-
Esse também é o Ford que Antoin fazia frete por volta de 1940. O autor da foto é desconhecido. E esse é o misto que vai para Munguengue com a lotação de jatão.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

PIADAS DE CAIPIRAS

acidente de carro
Duas bichas passeando de carro em Munguengue, de repente um caminhão carregado de cavalos vem e bate na traseira. A bicha indignada, sai do carro aos berros:
- Scaaaaarlete chama lá a polícia, chaaaama a polícia! Seu motorista safado, comprou a carteira foi? Cretino! Pilantra! Scaaaaaarlete corre lá e chama a polícia!!! Onde já se viu?
Olha, o sinal estava menstruado para você querido, vermelho! Scaaaarlete chama a polícia!!
Nisso, o motorista do caminhão desce e fala:
- Suas bichas sem vergonha, vocês merecem é uma surra de cacete bem grande. E então a bicha fala:
- Voooooooolta Scarlete, o moço quer fazer acordo!

VIDEOS NORDESTINOS

ALVORADA NO SERTÃO
O ACORDAR DO SOL
É GRANDE DIVINDADE
DESPERTANDO O POVO
COM NATURALIDADE
QUE COMEÇAM A LUTAR
APÓS O DIA RAIAR
NO CAMPO E NA CIDADE

SURGINDO POR TRÁS DA SERRA
COM A COR AMARELADA
UM BRILHO CONTAGIANTE
QUE ILUMINA A MORADA
DO CAMPONÊS AGRICULTOR
CABOCLO TRABALHADOR
QUE LEVANTA DE MADRUGADA

O GALO CANTA NO POLEIRO
FAZENDO ALVORADA
LOGO QUE AMANHECE
NA SECA OU NA INVERNADA
COM UM GRITO ESTRIDENTE
ACORDA TODA GENTE
QUE AINDA TA DEITADA

A VACA BATE O CHOCALHO
PRESA LA NO CURRAL
É HORA DA ORDENHA
DO LEITE BEM NATURAL
TIRADO PELO VAQUEIRO
COM A LUZ DO CANDEEIRO
ILUMINANDO O LOCAL

MARIA FERVE UM CAFÉ
NO FOGÃO DA CASINHA
FORTE E AMARGO
COMO ÁGUA DE CABACINHA
NUM BULE ENFERRUJADO
E UM PANO VELHO RASGADO
QUE ELA TEM NA COZINHA

AS GALINHAS CACAREJAM
QUANDO DESSEM DO POLEIRO
ATRÁS DE BOTAR OVO
NO MEIO DO TABULEIRO
CORRENDO E CISCANDO
APROVEITANDO E CAGANDO
NA PORTA DO VAQUEIRO

MARIA VARRE O TERREIRO
COM VASSOURA DO MATO
ENCHE OS POTES DA COZINHA
DEPOIS LAVA OS PRATOS
COM ÁGUA DO CACIMBÃO
BOTADA EM UM GALÃO
POR UM CABOCLO MULATO

O AMANHECER DO DIA
AQUI NO MEU NORDESTE
SÓ AGUENTA CABRA ARRETADO
QUE HONRA AS CALÇAS QUE VESTE
ACORDANDO DE MADRUGADA
AO CANTAR DA PASSARADA
EITA!! VAQUEIRO DA PESTE

EU GOSTO DESSA VIDA
DE ACORDAR CEDO NO SERTÃO
TOMAR CAFÉ QUENTE
ENCOSTADO NO FOGÃO
COM O RÁDIO LIGADO
E BEM SINTONIZADO
NO PROGRAMA DE JATÃO

PADIM EU SOU NORDESTINO
FILHO DE UMARIZAL
DESDE O TEMPO DE MENINO
ESSE É MEU NATURAL
QUEM GOSTA DAQUI NÃO ERRA
ADORO ESSA TERRA 
DE MANEIRA ESPECIAL
SOU CRIA DO SERTÃO
O MEU NOME É JATÃO
E ISSO NÃO ME FÁZ MAL

                       TEXTO: JATÃO VAQUEIRO

ALCOOLISMO NA TERCEIRA IDADE

Idoso fragrado cheio da cerveja! 
fonte: sertaodofiofo.blogspot.com

Jesus é o melhor caminho...



Tem mais sangue em todo canto
Tem mais sangue no caminho
Quero paz para o meu povo
Não posso falar sozinho
É de perder o cabelo
Isso aqui é um apelo
Do poeta Lalauzinho

Ontem em Governador
Mataram um popular
Com um tiro na cabeça
Dentro do seu próprio bar
Sei que é muita violência
Não tenho mais paciência
E desse jeito não dar

Na estrada de Alagoinha
Tem mais sangue no caminho
Um caseiro foi alvejado
Quando ele estava sozinho
Está muito movimentado
É morte por todo lado
É falta de amor e carinho

É briga de pai e filho

E de marido e mulher
Um homem foi encontrado
Entre Patu e Catolé
Quase morto agonizando
É que o povo está precisando
 De Jesus de Nazaré

Só ele é o caminho

Só ele sabe a razão
Só ele é quem traz paz
Só ele é a solução
Pois eu só ando com ele
E o meu amigo é aquele
Jesus é a salvação


 


(Lalauzinho de Lalau)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PIADAS DE CAIPIRAS

Piadas de caipiras

Um certo dia no interior de Munguengue um fazendeiro pergunta a sua esposa:
-Maria porque toda noite você fica deitada com a traseira encostada nesse buraco da parede?
-Sabe José é que quando Manel vaqueiro solta o gado do curral um deles vem aqui toda noite e me dá uma lambida e eu gostei agora toda noite fico aqui.

Zé encabulado diz: 
-Maria deixa eu ficar só essa noite então pra eu experimentar
- Ta bom Zé diz a mulher. Mas só que na verdade era o vaqueiro que ia lá e créu na mulher do patrão. Então o marido nessa mesma noite deitou com a traseira encostada na parede, e de madrugada... o marido grita desesperadamente. -ôôhhhh , Maria dessa vez o boi enfiou foi o chifre minha véia.

1. filmes nordestinos

Para uma fácil aceitação da população nordestina, os cinemas locais mudaram os nomes dos filmes. Veja abaixo o nome de alguns filmes que já foram mudados:

- O fim dos dias:
Nós tamo é lascado
- Uma linda mulher:
A cabrita aprumada
- O poderoso chefão:
O coroné arretado
- O exorcista:
Arreda capeta!
- Os 7 samurais:
Os jagunço di zóio rasgado
- Godzilla:
O calangão
- Os brutos também amam:
Os vaqueiro baitola
- Perfume de mulher:
Cherim de caboca
- Tora, tora, tora!:
Oxente, oxente, oxente!
- Mamãe faz 100 anos:
Mainha num morri mais.
- Guerra nas estrelas:
Arranca-rabo no céu
- Os filhos do silêncio:
Os meninos du mudim
- A pantera cor de rosa:
A onça viada
Vida de Vaqueiro 
Este É O Tema De "Encourados", Livro Que Conta a História Em Torno Da Civilização Do Couro No Sertão Nordestino.

Vaqueiro Encourado - Foto: Geyson Magno.
LÍVIA ANDRADE
                     O escritor Euclides da Cunha, em seu livro "Os Sertões", descrevia o vaqueiro como um "guerreiro antigo exausto da refrega". Sua roupa, o gibão, seria uma espécie de armadura. "É a forma grosseira de um campeador medieval desgarrado em nosso tempo", contava Cunha, na obra de 1902. Pouco mudou um século depois da publicação do livro. Os vaqueiros, aqueles homens que trabalham na lida diária do gado, permanecem como heróis rurais, mesmo com a profunda transformação que o campo brasileiro tem passado. Agora, outra obra também tenta captar a alma desses guerreiros do sertão. Lançado no começo de 2007, o livro "Encourados", projeto idealizado pelo fotógrafo pernambucano Geyson Magno, mostra a vida dos vaqueiros de hoje, que não são nada diferentes dos descritos por Euclides da Cunha. Cansado de ver o sertão retratado pelo viés da seca, ele começou um trabalho de pesquisa focado na figura do vaqueiro.
                      "O cerne do sertanejo está relacionado a isso, à chegada do gado, que veio para ser a força motriz do engenho. Nordeste não é seca, isso é estereótipo. Lá, as pessoas trabalham, mesmo sem chuva, sabem viver. Sabem qual árvore vai dar florada, onde podem achar o mel", diz.
Vaqueiro Vestido Com Seu Traje de Trabalho




Caboclo roceiro

 Caboclo Roceiro, das plaga do Norte
Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,
A tua desdita é tristonho que canto,
Se escuto o meu pranto me ponho a chorar

Ninguém te oferece um feliz lenitivo

És rude e cativo, não tens liberdade.
A roça é teu mundo e também tua escola.
Teu braço é a mola que move a cidade

De noite tu vives na tua palhoça

De dia na roça de enxada na mão
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua opressão

Tu pensas, amigo, que a vida que levas

De dores e trevas debaixo da cruz
E as crides constantes, quais sinas e espadas
São penas mandadas por nosso Jesus

Tu és nesta vida o fiel penitente

Um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarda contigo esta crença
A tua sentença não parte do céu.

O mestre divino que é sábio profundo

Não faz neste mundo teu fardo infeliz
As tuas desgraças com tua desordem
Não nascem das ordens do eterno juiz

A lua se apaga sem ter empecilho,

O sol do seu brilho jamais te negou
Porém os ingratos, com ódio e com guerra,
Tomaram-te a terra que Deus te entregou

De noite tu vives na tua palhoça

De dia na roça , de enxada na mão
Caboclo roceiro, sem lar , sem abrigo,
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.

Patativa do Assaré
( Antônio Gonçalves da Silva )

domingo, 28 de agosto de 2011

Missa no Sebastiopol

CELEBRANTE: PADRE JOÃO BATISTA


GRUPO DO E.C.C.
NO SITIO SEBASTIOPOL
SEGUNDA FEIRA PASSADA
PARTICIPEI DE UMA MISSA
QUE FOI BEM ORGANIZADA
FOI GRANDE A PARTICIPAÇÃO
DO POVO EM ORAÇÃO
NA CELEBRAÇÃO REZADA

AGRADEÇO O CONVITE
DESSE CASAL DESCENTE
HAPOLIANA E ZÉ ROBERTO
QUE DIZIAM ESTAR CONTENTE
COM A PRESENÇA DO E.C.C
QUE VEIO LHES OFERECER
UM ABRAÇO COMO PRESENTE

                                  TEXTO: JATÃO

UM HOMEM,QUATRO MULHRES E MAIS DE 50 FILHOS NO SERTÃO NORDESTINO


Uma família que foge totalmente dos padrões tradicionais é uma das curiosidades do
 município de Campo Grande, região Oeste do Rio Grande do Norte. Essa é a história de um viúvo que se casou com uma jovem, com quem teve 17 filhos, simultaneamente manteve um relacionamento com a cunhada com quem também teve 15 filhos, e ainda se relacionou com a sogra com quem teve mais um filho. Uma trajetória, no mínimo exótica, porém, verdadeira e muito particular, podendo até mesmo se inédita no Brasil.
A família Oliveira Silva é formada por Luiz Costa de Oliveira, 90 anos, (chefe da família), Maria Francisca da Silva, 64 anos (esposa), Ozelita Francisca da Silva, 58 anos, (irmã de Maria Francisca – cunhada de Luiz) e Francisca Maria da Silva, 89 anos, (mãe de Maria Francisca e Ozelita – sogra de Luiz).
Os detalhes de como essa família foi formada, foram contados pelos próprios integrantes durante o contato com a equipe de reportagem da GAZETA DO OESTE. No começo da entrevista, após ser informado sobre o que seria o tema da conversa, a primeira frase dita por Luiz Costa foi: “A coisa que Deus fez mais bem feito no mundo foi mulher”. Demonstrando muita descontração e sem qualquer sinal de inibição, Luiz começou a contar a trajetória de vida que inclui um casamento oficial com uma mulher que ele identificou apenas como Francisca, com quem teve 17 filhos e ficou viúvo, e os relacionamentos com as irmãs Silva e a sogra que renderam a ele mais 35 filhos, 100 netos e 30 bisnetos.
Após ficar viúvo, Luiz conheceu Maria Francisca da Silva, que ajudou a criar os filhos da primeira mulher e ainda teve mais 17. Segundo ele, durante o tempo em que viveu com Maria, a irmã dela, Ozelita Francisca, sempre vinha cuidar do resguardo da irmã, ocasião em que acabou mantendo também um relacionamento amoroso com a cunhada que teve mais 15 filhos de Luiz. E para completar essa família mais que diferente, a sogra de Luiz também se relacionou com o genro e dessa relação nasceu mais um filho, somando um total de 50 filhos que Luiz diz ter conhecimento. “Eu posso até te outros filhos por aí e não saber, porque sempre gostei muito de namorar”, ressaltou.
GALANTEADOR – As irmãs Maria Francisca e Ozelita Francisca contam que sempre conviveram bem com esta família diferente. Segundo elas, o segredo de Luiz sempre foi o jeito galanteador com o qual ele sempre tratou as mulheres. Segundo elas, ele sempre viveu do trabalho para casa e a única diversão dele era namorar. “Ele nunca maltratou nenhuma de nós, sempre cuidou bem dos filhos e nunca deixou faltar nada em casa”, relatou Maria Francisca.

A primeira mulher de Luiz que morreu e deixou 17 filhos, era natural de Assu e cinco dos filhos foram criados por Maria Francisca. Hoje, muitos filhos morreram, mas a família de Luiz já conta com mais de 100 netos e 30 bisnetos. “Eu não sei dizer o nome de todo mundo, mas sei que tenho muitos filhos, netos e bisnetos espalhados por aí”, acrescentou Luiz.
Luiz viveu a maior parte de sua vida e construiu seus relacionamentos amorosos no Sítio Poço Verde, zona rural de Campo Grande. Hoje, a maior parte da família reside em duas casas localizadas na Rua Artur Almeida, 55, conjunto IPE, Campo Grande. As casas, em especial, a de Luiz, expõem a simplicidade extrema. Sem luxo, sem móveis e sem estrutura básica como piso e paredes de concreto, porém, essa ausência parece não abalar a alegria de viver expressada pelos membros da família Oliveira Silva.
Vizinho à casa de Luiz, reside outra parte da família, todos moram juntos e dividem espaço, alimento, dificuldades, tristezas e alegrias. Um dos netos de Luiz, que é gêmeo, único caso de gêmeos que Luiz tem conhecimento, Cosme, disse que a vida da família é difícil, mas todos sobrevivem e se relacionam bem, apesar das dificuldades impostas pela falta de condições financeiras. “Aqui trabalho é muito difícil e o que fazemos para melhorar isso é estudar e trabalhar aqui e ali fazendo bicos”, ressaltou Cosme.
SAÚDE DE FERRO – Quanto ao segredo de tanta vitalidade e disposição para gerar tantos filhos e aos 90 anos ainda expor uma lucidez e uma saúde invejáveis, Luiz conta que não há segredo. De acordo com ele, a receita é simples: há 40 anos não fuma, não bebe e sempre se alimentou de comidas simples como feijão, arroz, batata, macaxeira e todos os alimentos que formam o cardápio do homem do campo. 
 Luiz acrescentou que não tem doenças e não sente dores. “Não tenho dor em lugar algum do meu corpo, apenas hoje não consigo mais namorar, mais ainda lembro como mulher é bom”, comentou. Luiz é aposentado, mas diz que sente muita falta do tempo em que trabalhava na lavoura. “Eu sempre trabalhei e sinto falta de me movimentar, por isso, todo dia faço uma caminhada, não aguento ficar parado muito tempo”, declarou. Uma receita simples, de um homem simples, mas com uma história de vida pra lá de complexa.
MEMORIAL VIVO – A história da família de Luiz chegou até o conhecimento da equipe de reportagem do jornal GAZETA DO OESTE a partir do projeto Memorial Vivo, que tem a frente o professor Júnior Liberato, da cidade de Campo Grande. O trabalho realizado pelo professor Júnior conta com a colaboração de estudantes do ensino médio e tem como objetivo divulgar a cultura da região e levantar fatos históricos e curiosidades. O projeto dispõe ainda de um telão cultural, onde todo o material coletado é repassado para a população através de um telão instalado em praça pública.


Fotos: Wilson Moreno - GAZETA DO OESTE

sábado, 27 de agosto de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PIADAS DE CAIPIRAS

Compadre veja o que aconteceu em Munguengue na semana passada. Seu Apolônio da meçearia, foi passear na fazenda de Manel vaqueiro e chegando la seu Manel estava se preparando para jogar fora uma rêis que havia morrido de raiva e foi ai que seu Apolônio falou:
-Seu Manel o senhor vai jogar fora e não vai aproveitar a carne?
Seu Manel responde: -Vou sim compadre, esse garrote morreu de raiva.
-Mais compadre decar pra mim que eu levo e aproveito a carne, vou dar la na mecearia pra os cabocos tomarem uma cachacinha.
-Pois bem compadre, quer levar leve.
Seu apolônio estava assando a carne na calçada da meçearia quando a viatura da policia passou e um soldado disse:- Churrasco em seu Apolônio?
O véi diz: -Sim senhor, quer carne se encoste. Os praças deceram da viatura e deram com força no churrasco.
Nisso passa um gaiato e diz: Eita seu Apolônio é a carne do garrote de seu Manel que morreu de raiva?
Negada os sordados se engasgaram com a carne e perguntam: -Mais seu Apolônio o senhor tá louco? Quem come carne de bicho que morre de raiva, morre também com raiva.
O dono da meçearia com aquela paciencia responde: 
-Mais comandante o senhor ja viu alguém morrer feliz? Só morre com raiva mesmo, então pode comer a carne se morrer pelo menos ta de buxo cheio.

A Cruz da Menina


A Cruz da Menina
Eu vou contar pra vocês
a história d´uma menina
que nasceu lá no sertão
uma alma nordestina
e que teve sua infância
tirada na ignorância
de uma madrasta malina.

Seu nome era Francisca
Chiquinha devia ser
uma menina querida
com as irmãs a crescer
quando uma seca maldita
lhe fez a pior desdita
botando tudo a correr.

Foi aqui na Paraíba
que o ocorrido se deu
lá em Patos de Espinharas
foi bem lá que aconteceu
essa história interessante
dessa família penante
e que até já morreu.

Quem nasce lá no sertão
duas coisas pode ter
ou ser muito abençoado
ou ter vindo pra sofrer
ter vindo viver uma graça
ou pagar uma desgraça
na medida do viver.

Lá se conta uma história
de uma nordestinada
que nasceu só pra sofrer
desde o dia da chegada
a seca tirou-lhe o brilho
e a dor foi o seu trilho
de inocência apagada.

Uma família sem nome
sofrendo uma seca cruel
passando de arretirada
a pé debaixo do céu
confiou em adoção
uma filha do coração
a um casal bem fiel.

Para não morrer de fome
essa menina foi dada
a esse casal de nome
foi assim tão confiada
e partiram pelo mundo
o primeiro e o segundo
sem saber qual das estradas.

Neste sertão sem porteira
o sol faz sua seara
o mundo nos apresenta
dizendo logo de cara
que a vida nasce de cacho
quem quiser saia de baixo
em Patos das Espinharas.

Nessa ribeira querida
onde a beleza existe
na fulorada da terra
na vida que sempre insiste
sou obrigado a contar
no decorrer do narrar
uma história bem triste.

Em pleno século XX
no ano de 23
arreparem a tragédia
em outubro, 11 do mês
numa noite escurecida
Francisca perdeu a vida
vou contar só pra vocês.

Nasceu em família pobre
fugida de seca braba
um casal de arretirante
por amor a filha salva
e dando por doação
a filha do coração
para outras duas almas.

Domila e Absalão
o casal agraciado
em vez de criar Francisca
com amor e com cuidado
aproveitaram a questão
usaram da escravidão
cometeram esse pecado.

Francisca, pobre coitada
não podia nem brincar
vivia sua infância
somente pra trabalhar
olhando pela janela
c´uns olhos brincava ela
com as crianças do lugar.

Domila saiu à noite
foi buscar Absalão
deixando Francisca em casa
ainda lavando o chão
que depois de terminado
devia dar por fechado
janela, porta e portão.

Francisca se esqueceu
de fechar a tal janela
Domila quando chegou
estufou logo a titela
pensando qu´era ladrão
depois de buscar em vão
se lembrou loguinho dela.

Acordou a pequenina
debaixo de cacetada
com a trave da janela
lhe castigou de pancada
e sem a menor razão
tentada lá pelo cão
matou Francisca a paulada.

Embrulharam a menina
ainda de madrugada
e lá fora da cidade
entre pedras foi jogada
encontrada noutro dia
foi aquela agonia
e a Deus encomendada.

Botaram ali uma cruz
enfeitaram c´umas fitas
Justiniano passava
sofrendo uma seca maldita
e se botou a pedir
numa oração pr´ela ouvir
numa promessa bendita.

O pedido era de água
pro mundo não padecer
o que já vinha sofrendo
não deu outra, pode crer
água veio de montão
um mar saía do chão
o milagre era de ver.

Pelo milagre alcançado
necessidade suprida
Justiniano agradece
fazendo ser construída
uma Capela formosa
para a menina bondosa
por sua prece atendida.

Por conta dessa Capela
um parque ali se formou
abriu-se a boca do céu
pra terra esse anjo olhou
intercedendo por quem
rezando dizendo amém
precise do Criador.

Quem recebe um milagre
pedido numa oração
sabe do qu´estou falando
sabe dessa emoção
pois quem tem crença na terra
esperança não enterra
enquanto for um cristão.

Cheio dessa devoção
o romeiro agradecido
vem no parque humildemente
vem trazer em seu sentido
e assim como eu boto
deposita seu ex-voto
do milagre merecido.

Tem um dia todo ano
calendário da Igreja
que todo romeiro sonha
todo coração almeja
enfeitar todos os postes
festejar o Pentecostes
o fiel assim deseja.

A festa começa cedo
entra pela madrugada
procissão levando a Santa
o luzeiro na estrada
o romeiro agradecido
reza o terço no sentido
de Francisca abençoada.

A menina dessa cruz
inda não reconhecida
hoje é Santa do Povo
é fiel e é querida
e ao lado do sacrário
ilumina o santuário
de Maria concebida.

Foi escrava nessa terra
mas ganhou o paraíso
fulorou nosso sertão
aguou o mais preciso
deu perfume a nossa vida
nesse chão de tanta lida
com o ar de seu sorriso.

Francisca, nossa menina!
ajude nossos irmãos
rogai pelos desprovidos
amansai nosso patrão
enchei a vida de flores
recebei nossos amores
em troca desse sertão.


Construído pelo Estado em 1993, com o apoio da
Prefeitura de Patos-PB e sua Diocese, o Santuário da
Cruz da Menina se presta a lembrar a pequena
Francisca, morta no ano de 1923, adorada e vene-
rada nos dias de hoje como uma Santa do Povo.


Cordelista Marco di Aurélio

Lampião - Admirador da Paraíba


É no sertão paraibano, mais precisamente na cidade de São João do Rio do Peixe (485km de João Pessoa) que vive Laudemiro, o Lampião do século XXI. Bem diferente do verdadeiro, o Lampião da Paraíba é um sujeito tranquilo, mas também faz sucesso por onde passa. Conheça um pouco mais dessa história assistindo o vídeo.

VOCÊ CONHECE A DISNEY?

                             Prazer...
NORDESTE E A CULTURA POPULAR



GRANDE ACERVO CULTURAL
NO MEU NORDESTE TEM
PARA TODOS OS GOSTOS
DO POVO DAQUI E QUEM VEM
  CONHECER NOSSA HISTÓRIA
COM TUDO QUE LHE CONVÉM

TEM CORRIDA DE AGORINHA
COM CAVALO BOM E LIGEIRO
MONTADO POR UM CABOCLO
CHAMADO DE VAQUEIRO
QUE PEGA AS ALGORAS
NA CORRIDA DE TABULEIRO

ÀS VAQUEJADAS SÃO CHAMADAS
DE FESTAS DE APARTAÇÃO
UMA DUPLA DE VAQUEIROS
CORRE O BOI E BOTA NO CHÃO
VESTIDOS SEMPRE A CARÁTER
DE CHAPÉU DE COURO E GIBÃO

NO MÊS DE JUNHO TEM
AS FESTAS DE SÃO JOÃO
SÃO PEDRO, SANTO ANTÔNIO
QUE SÃO SANTOS DO SERTÃO
TEM FORRÓ O MÊS INTEIRO
DANÇADO NO GALPÃO

TEM TAMBÉM A FARINHADA
ONDE SE FAZ A FARINHA
COLOCADA EM UMA GAMELA
   FICA BEM TORRADINHA
FEITA DA RASPA DA MANDIOCA
FICAR GOSTOSA E BRANQUINHA

EM JUAZEIRO DO NORTE
TEM PADRE CÍCERO ROMÃO
QUE RECEBE AS VISITAS
DE ROMEIROS EM PROCISSÃO
E AINDA TEM OS DEVOTOS
DO FRADE FREI DAMIÃO

VOU FALAR DO REPENTISTA
QUE PELO NORDESTE FOI CRIADO
COM SUAS RIMAS E VERSOS
SÃO MUITO ADMIRADO
POR TODO BRASIL A FORA
O REPENTE É RESPEITADO

AINDA TEM EM NOSSA CULTURA
QUE É DO POVO A CRIAÇÃO
AS CANTIGAS DE RODA
CRIADAS AQUI NO SERTÃO
E NO TERREIRO DAS FAZENDAS
NO NORDESTE É TRADIÇÃO

TEM HISTÓRIAS DE CANGACEIROS
COMO A DO CAPITÃO VIRGULINO
QUE ENTROU PARA O CANGAÇO
DESDE O TEMPO DE MENINO
COM O NOME DE LAMPIÃO
  ESSE ERA O SEU DESTINO

E A FEIRA LIVRE DE RUA
TAMBÉM TEM NO MEU NORDESTE
ONDE O NORDESTINO COMPRA
A ROUPA QUE LHE VESTE
E DOS BARRACOS DE CACHAÇA
QUE BEBEM OS CABRAS DA PESTE

TEM AINDA A CARNE DE SOL
  ALIMENTO DO VAQUEIRO
NA SUA LIDA DIÁRIA
NO SERTÃO BRASILEIRO
ELE LEVA NO BORNAL
FARINHA E CARNE DE CARNEIRO

É AINDA DO MEU NORDESTE
O SAUDOSO GONZAGÃO
CANTANDO FORRÓ PÉ-DE-SERRA
ERA AQUI DO NOSSO TORRÃO
O SEU HINO ERA ASA BRANCA
ENCANTANDO O SERTÃO

O NORDESTE TEM RICA CULTURA
QUE AINDA NOS FALTA FALAR
SÓ MOSTREI MAIS OU MENOS
O QUE EU PUDE LEMBRAR
O MEU NOME É JATÃO
UM POETA POPULAR
QUE AMA O NORDESTE
E A CULTURA DESSE LUGAR

                        TEXTO: JATÃO VAQUEIRO
 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PIADAS DE CAIPIRAS

Em uma rádio no interior de Munguengue o locutor atende o telefone: Alô Quem fala? O ouvinte: é o Pedro. Locutor: De onde você fala, Pedro? Ouvinte: Do beco da faca! Locutor: Olha aí, Seu Pedro do beco da faca! Abraço pra todo pessoal do bairro… E agora, seu Pedro… Valendo um CD. Preste atenção! Qual é o país que tem duas sílabas no nome e se come a metade? Prestou bem atenção? Há um país com 2 sílabas e 1 delas é uma coisa boa de se comer. Dez segundos para responder… (Passam 10 Segundos). E o Locutor: Já sabe, Pedrão? Ouvinte: Sim! Locutor: Então conta qual é a resposta! Ouvinte: Cuba! (O locutor ficou mudo por alguns segundos e…) Locutor: Tá certo, Seu Pedro! Vai levar o prêmio pela originalidade… Mas aqui na minha ficha estava escrito Japão.

LUTA DO BEM CONTRA O MAL

NA VIDA TODOS NÓS LUTAMOS
CONTRA AQUILO QUE NOS FAZ MAL
PRATICANDO SEMPRE O BEM
COM INSTINTO VOCACIONAL 

BUSCANDO O AMOR VERDADEIRO
E NÃO SUPERFICIAL

              QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS
              VAMOS NOS UNIR EM ORAÇÃO
              ROGANDO A DEUS NOSSO PAI
              PELA PAZ E A UNIÃO
              DE TODOS OS POVOS DO MUNDO
              ACABANDO COM A OPRESSÃO

VAMOS UNIR AS RELIGIÕES
PEDINDO A PAZ MUNDIAL 

ENVOLVENDO TODAS AS CRENÇAS
DEIXANDO DE SER RIVAL
LUTANDO PELOS NOSSOS IRMÃOS
COM A BÊNÇÃO DO PAI CELESTIAL

              SÓ ASSIM VENCEREMOS
              A LUTA DO BEM CONTRA O MAL
              TRAZENDO PARA O NOSSO POVO
              PAZ, FÉ E AMOR FRATERNAL,
              JUSTIÇA,FELICIDADE E MOTIVAÇÃO
              SERVINDO TUDO COMO MUNIÇÃO
              NA LUTA DO BEM CONTRA O MAL


                                   TEXTO: JATÃO VAQUEIRO

NOTA DO BLOG: SE HOUVER POR PARTE DE ALGUM BLOG A INTENÇÃO DE  DIVULGAR ESSA CAMPANHA, EU FICARIA MUITO GRATO  PELA POSTAGEM. FOI COM MUITO CARINHO QUE ESCREVI ESSA LITERATURA DE CORDEL EM APOIO AOS NOSSOS IRMÃOS INJUSTIÇADOS..   
Por isso lhe digo: Isso é meu sertão!   

Por
Marco di Aurélio

Quando o sol se empina no céu bem no meio
não tem quem agüente mirar o seu fogo
quem olhar pra ele é doido ou é bobo
e depois de cegar ficando mais feio
se olhar para mim eu mesmo esperneio
se olhar novamente vai perder o chão
pois eu vou virar o cavalo-do-cão
montado por cima da tripa gaiteira
não venha me olhar nem dizer besteira
por isso lhe digo: isso é meu sertão.

E se um dia você ouvir uma zoada
vindo de uma moita de um pé-de-mufumbo
eu lhe aconselho sair desse mundo
correndo por cima de qualquer estrada
só conte essa estória se for bem contada
pois toda estória de assombração
só tenho fé nela por um cidadão
que seja correto justo e honesto
e aqui eu lhe digo que eu mesmo presto
por isso lhe digo: isso é meu sertão.

Eu tenho a certeza que em cima da terra
tudo que nasce é bonito e é perfeito
se tem bicho torto nasceu de mal jeito
pois a natureza é completa e não erra
cabrito que é bom agüenta e não berra
suporta o inverno depois o verão
eu junto poeira na palma da mão
e só pra dizer que a terra que eu amo
renova de vida na seca do ano
por isso lhe digo: isso é meu sertão.